Insegurança na zona rural preocupa vereadores
POR CHRISTINE ANTONINI
A Comissão de Agricultura da Câmara de Montes Claros promoveu na manhã desta sexta-feira, 13, audiência pública para discutir sobre a segurança na zona rural. A situação apresentada durante o evento é grave. Pois, existem apenas duas viaturas (quatro policiais) para monitorar cerca de 104 comunidades rurais no município. Ainda ficam de fora da fiscalização pelo menos 76 localidades, uma vez que Montes Claros possui cerca de 180 pontos rurais, contando, povoados, comunidades, vilas e distritos.
A vice-presidente da Casa e presidente da comissão de Agricultura, vereadora Graça da Casa do Motor (PSL), enfatizou que uma das questões que comprometem a segurança da população que vive no campo é a falta de cobertura de internet e celular. Segundo a parlamentar, cerca de 60% da área rural não tem acesso a este benefício.
“E uma das maiores queixas dos moradores é a demora para o atendimento, não só da Polícia Militar, mas também de outros serviços, como do Samu e do Corpo de Bombeiros. Também temos muitos projetos e programas voltados para o meio rural, mas sem a participação das pessoas fica inviável, e a conectividade é fundamental para melhorar esse acesso”, pontua a vereadora.
De acordo com dados levantados pela Comissão de Agricultura, Montes Claros possui cerca de 180 comunidades e 10 distritos, em uma extensão de 8 mil quilômetros de estradas vicinais. O vice-presidente da Comissão, vereador Valdecy Contador (Cidadania) enfatizou que as comunidades rurais vêm enfrentando a insegurança, com o aumento de furtos e roubos. Outro empecilho é a dificuldade em realizar o boletim de ocorrência.
“Sem acesso à telefonia móvel, o morador que sofrer algum dano, como furto ou roubo, precisa sair da sua comunidade e vim a cidade para denunciar. Isso é gasto e muitos deixam de registrar a ocorrência”, destacou o vereador.
O relator da comissão, vereador Eldair Samambaia (PSD), também ressaltou sobre a necessidade de aumentar o patrulhamento rural e a dificuldade que os moradores têm de registrar um boletim de ocorrência.
No início da pandemia do novo coronavírus ficou proibida em Montes Claros qualquer tipo de festa. Entretanto, na zona rural as festas clandestinas não deixaram de acontecer – segundo a Guarda Municipal, grupos saiam da cidade para fazer eventos em fazendas e sítios, o que gerou uma maior insegurança nas localidades.
“Somente no primeiro semestre deste ano tivemos 143 ocorrências voltadas para crimes nas comunidades rurais – muitas eram festas com aglomerações. Tivemos que fazer uma ação diferenciada voltada para essas localidades. Outro problema enfrentado pela Guarda são os trotes que acabam dificultando o nosso trabalho”, afirmou o secretário de Defesa Social, Anderson Chaves.
DADOS
Dados apresentados pela Polícia Militar apontam que em 2020 foram 17 boletins de ocorrência e esse ano 11. Porém, como explicou o capitão da Polícia Militar, Frederico Borges Evangelista, esses dados são superficiais, uma vez que nem todo crime é registrado. Pelo chat do canal da TV Câmara, no Youtube, participantes sugeriram que a polícia realize palestras educativas nas associações, mostrando a importância de registrar a ocorrência.
“A estatística é bem baixa, mas sabemos que a realidade é outra. Por isso a necessidade de registrar a ocorrência para que possamos unir forças para potencializar nosso trabalho; com mais viaturas e militares”, pontuou o capitão.
UNIÃO
Os deputados estaduais, Gil Pereira (PSD) e Carlos Pimenta (PDT) participaram virtualmente da audiência pública e fizeram o compromisso de buscar junto com os órgãos competentes melhorias para a segurança rural de Montes Claros.
“A situação é realmente preocupante. São poucos militares para uma cobertura tão grande. Recentemente estive em reunião com o chefe da delegacia de Polícia Civil do Norte de Minas, Jurandir Rodrigues, para avaliar a possível instalação de delegacia especializada para crimes da zona rural. Para a estatística parece ser números baixos, mas para o homem do campo o prejuízo é grande”, disse Carlos Pimenta.
Já o deputado Gil Pereira afirmou que vai intermediar as negociações com o Programa Alô Minas para fornecer o sinal de telefonia móvel nos locais que ainda não possuem.
“Fiz seis pedidos para a implantação do Conecta Brasil, a fim de liberar recursos na implantação de internet para todos”, encerrou Gil.
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