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Câmara discute saúde mental da comunidade LGBTQIA+

por Gissele Niza publicado 24/08/2023 12h57, última modificação 07/10/2024 19h45

Por Gissele Niza

 

A Comissão de Segurança e Direitos Humanos da Câmara de Vereadores de Montes Claros realizou nesta quinta-feira (24), audiência pública para debater a importância da saúde mental da comunidade LGBTQIA+. A proposição foi da Vereadora Iara Pimentel (PT), que é presidente da Comissão. O evento contou com a presença de Vereadores, representantes do poder público, de associações, psicólogos e da comunidade.

A vereadora destacou um estudo realizado pela Aliança Nacional LGBTI+ que aponta 182 suicídios em Montes Claros entre os anos de 2007 a 2017, ocasionados por homofobia. O estudo ainda destaca que esses números tendem a ser ainda maiores se contar os autoextermínios que não entraram na estatística.

“Precisamos discutir e buscar ações para a saúde mental de toda a cidade. Principalmente depois da pandemia, temos um ranking alto de suicídios no município. Quanto a comunidade LGBTQIA+, os dados são preocupantes e estamos falando de números de seis anos atrás. São os fatos consumados, ainda existem as tentativas que não entraram no estudo. Além das pessoas que se autoflagelam por não serem respeitadas, por medo de ser quem são, devido à homofobia”, destacou a Vereadora.

A Vereadora Ceci Protetora (PV) pontuou que os índices de depressão, ansiedade e suicídios entre os indivíduos LGBTQIA+ são alarmantemente bem maiores se comparados aos índices dos indivíduos cis gêneros.

“Tais índices não podem mais ser ignorados e relevam a urgência de medidas especiais voltadas a saúde mental e bem-estar de tais indivíduos, e por isso exigem uma resposta unificada de todos os vereadores”, declarou Ceci.

Representando o Prefeito Humberto Souto, o Procurador do Município, Otávio Rocha, pontuou que o Poder Executivo entende e valoriza a discussão e a gravidade do problema, reconhece que não é um problema isolado, mas que deve ser enfrentado com estabelecimento de critérios que possam promover mais inclusão, mais aceitação, mais prevenção e, consequentemente, a diminuição da violência entre os indivíduos da comunidade.

O coordenador Regional Norte da Defensoria Pública de Minas Gerais, defensor publico Cláudio Pimenta, reforçou o compromisso do órgão em proporcionar a defesa dos direitos de todos e a importância de um diagnóstico sobre a oferta de tratamento, de uma rede de educação, proteção, prevenção, saúde e assistência social da comunidade.
Para a coordenadora Adjunta Estadual da Aliança Nacional LGBTI+ em Minas Gerais e Conselheira Estadual dos Direitos Humanos no Estado, Letícia Imperatriz, é preciso sair do campo de discussão e buscar medidas e políticas públicas efetivas e urgentes para atender à comunidade que sofre, muitas vezes calada, com o preconceito, marginalização e falta de atenção devida do poder público.

O Coordenador do Projeto de INSERTO, Núcleo pela Diversidade Sexual e de Gênero da Unimontes, Marcelo Brito, destacou a importância do respeito, do tratamento e ao direito à saúde para a população de uma forma em geral e sobretudo para a população LGBTQIA+, garantido pela Constituição e clamou pela união de esforços para juntos construírem uma sociedade justa e igualitária.

A audiência contou também com representantes da Associação Arco-Íris do amor, da OAB Diversidade, do Centro de Referência em Direitos Humanos do Norte de Minas e da Coordenadoria do Ambulatório de Gênero, Sexualidade e Saúde.

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