Audiência pública discute jornada da reforma agrária
Por Christine Antonini
A Câmara de Montes Claros promoveu na manhã desta sexta-feira (10), audiência pública para discutir sobre a 4° Jornada da Reforma Agrária, especialmente sobre as necessidades da população que vive nos assentamentos do município. O evento foi proposto pela vereadora Professora Iara Pimentel (PT) e contou com a participação de lideranças do Movimento Sem Terra (MST).
A proponente do evento, vereadora Iara, destacou que o MST é o maior movimento popular da América Latina, que busca a promoção de igualdade, estudo e iniciativas que fortaleçam a construção de lutas em defesa dos direitos dos trabalhadores.
“A reforma agrária no nosso país é uma das soluções para os problemas, como o aumento da fome, o desemprego, garantindo melhores condições de vida. O MST é um movimento legítimo, importante e democrático”, defendeu a parlamentar.
Um dos destaques da audiência foram as necessidades dos moradores do Assentamento Estrela do Norte, localizado na antiga fazenda Sanharó (região da Estrada da Produção), localizado a 24 km da zona urbana de Montes Claros. No local funciona a Escola Estadual João Miguel Teixeira, onde 80% dos alunos são de comunidades próximas. O diretor da escola, Elton José de Lourdes, ressaltou a precariedade do local, como a falta de uma área de lazer para os estudantes: quadras, parquinho infantil e investimento na infraestrutura.
O coordenador regional do MST, Osvaldo Samuel, pontuou que a reforma agrária é um projeto de vida, pensando sempre no meio ambiente e no desenvolvimento social. Especialmente com as grandes mudanças climáticas onde em alguns lugares no Brasil tem muita chuva e em outros estão há 11 meses na seca.
“Essas mudanças climáticas são causadas pelo mau uso dos nossos recursos naturais. Nosso assentamento, por exemplo, não possui água potável para os moradores consumirem. Enquanto em outros locais utilizam a água em excesso para exploração”, enfatizou o coordenador.
REFORMA AGRÁRIA
A reforma agrária é a reorganização da estrutura fundiária com o objetivo de promover e proporcionar a redistribuição das propriedades rurais, ou seja, efetuar a distribuição da terra para realização de sua função social. No Brasil o MST existe há 40 anos e no Norte de Minas há 21.
Representante do movimento cultural do MST, Guê Oliveira, enfatizou que a ocupação é retomar o que foi tirado do povo. Segundo ela, o grupo é organizado, unido, propondo um novo modelo de vida que é a agroecologia, com a produção de alimentos sem agrotóxicos e se alimentar daquilo que a própria natureza oferece. ,
Segundo o coordenador de Geociências da Unimontes, Henrique Cepoline, uma das lutas do MST é contra o latifúndio, oferecendo às crianças uma educação pública de qualidade. “Ao longo desses 21 anos foram mais de 200 conflitos para que a população tenha o direito à terra – muitos desses embates cruéis e violentos”, pontuou Cepoline.
A presidente do Diretório Central da Unimontes, Carol Caldeira, explicou que a única saída possível para contribuir com meio ambiente do país e promover uma sociedade mais justa é a reforma agrária. Já o advogado do Direito Popular, Gabriel Chaves, destacou que a luta pela reforma é buscar os direitos humanos. “Ao longo desses anos, muitas famílias foram expulsas, de forma violenta, obrigando o povo originário a migrar para as cidades, vivendo de forma indigna”, ponderou o advogado.
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