Audiência debate dificuldades encontradas pela classe artística durante a pandemia
Por Fernanda Aquino
A Câmara de Vereadores de Montes Claros realizou audiência pública, na quinta-feira (08/07), para discutir proposta da Comissão de Cultura e Turismo, presidida pela vereadora Ceci Protetora (PP), sobre o tema “A Cultura e a Classe Artística em tempos de pandemia”.
Participaram da audiência a deputada estadual Leninha, o sociólogo Pedro Fernando Costa, o músico e publicitário Marcelo Fernandes de Paula, o contramestre de capoeira e diretor do Instituto de Capoeira e Assistência as Pessoas – ICAP, André Moreira Lima, o advogado, professor e escritor Mércio Mota Antunes, o presidente da Associação dos Catopês de Montes Claros, Júnior Pimenta Santos, o artista plástico e presidente do Conselho Administrativo da Associação dos Amigos do Museu Regional do Norte de Minas, Daniel Gonçalves Rocha, representando o departamento de Artes da Unimontes Nelcira Aparecida Durães, a acadêmica em Ciência Sociais, Maria Angélica de Sousa Figueiredo e a diretora da Secretaria de Cultura de Montes Claros, Júnia Rebelo.
O Presidente da Câmara, vereador Cláudio Rodrigues (CIDADANIA), parabenizou o trabalho da Comissão de Cultura, “Esta audiência pública é a oportunidade para ouvir a classe artística sobre as dificuldades e possíveis soluções para o setor”. Comentou ainda que este setor foi um dos que mais sofreu impacto neste momento de pandemia, tendo em vista que muitos eventos da cidade foram interrompidos e outros adiados. Em 2020 o setor cultural do país viu sua renda diminuir significativamente, alguns agentes culturais chegaram a perder 100% da sua receita entre maio e junho, de acordo com pesquisa “percepção dos impactos da Covid-19 nos setores cultural e criativo do Brasil”, realizada pelo Nexo Jornal Ltda.
A deputada estadual Leninha explicou que a audiência tem como objetivo não só criar polêmicas e trazer questões para serem respondidas ou posicionadas pela secretaria municipal de cultura, mas também o que cada um pode fazer pela nossa cidade, pela nossa cultura, “Acreditamos que não basta somente as obras físicas, asfalto, canteiro de obras, a calamidade pública e financeira que afetou diretamente os fazedores, produtores da arte da cidade, precisa também do cuidado, atenção e de uma resposta da prefeitura”.
“O setor cultural de Montes Claros há anos sofre uma ação de desvalorização e falta de investimento por parte do executivo municipal, o que demonstra que o setor não é uma prioridade para esta gestão”, comentou o sociólogo Pedro Fernando Costa.
Para o professor Mércio Mota a cultura vem perdendo espaços ao ponto dos bares estarem suportando e promovendo a cultura em Montes Claros “As praças públicas são mananciais de cultura, são igarapés de artistas, verdadeiras nascentes e viraram banquinhos de concreto, não promovem cultura, não incentivam e instigam a cultura, ninguém se sente motivado a frequentá-las, porque não têm nada voltado para as manifestações culturais, cultura também é fonte de renda, gostaria de encaminhar ao legislativo que faça praças públicas dignas de cultura, receba as manifestações culturais, tenha condições efetivas e operacionais de reconhecer essas manifestações, dar aporte e que capacite a guarda municipal para lidar com estas manifestações”,
Representando os catopês, marujos e caboclinhos, Júnior Pimenta afirmou que é a favor e se solidariza com toda a classe cultural, lembrando que Montes Claros é o berço da cultura Norte Mineira e dos fazedores de cultura que são dedicados a esta arte. “Quando falamos de preservar a cultura estamos preservando as nossas raízes e uma coisa muito importante é que são raízes para as futuras gerações, por isso é importante esse apoio coletivo”,comentou.
A representante da Unimontes, Nelcira Aparecida Durães em sua fala recordou que foi realizada audiência em 2019 com o propósito de discutir o sistema municipal de cultura da cidade, o SISMIC, um instrumento de fomento que foi criado para a área, foi aberto um edital em 2017 que pagou metade dos projetos aprovados e a outra metade não foi paga. “Gostaríamos que a discussão iniciada em 2019 fosse retomada e que fossem tomadas providências por esta casa para que o SISMIC de fato seja cumprido”, completou
Representando o município, Júnia Velloso Rebelo explicou que essa pausa imposta pela pandemia nos faz refletir sobre o que é possível, provável, urgente ou emergente e o papel do poder público. Salientou que a função da administração é acolher as manifestações dos artistas. “A questão de Montes Claros passa pelo SISMIC, a gestão atual começou retrabalhando e reaplicando a Lei, antes dos seis primeiros meses o SISMIC estava pronto pra ser colocado em prática, mas passamos a ter uma inadimplência do Estado e ficamos no fim da fila. A secretaria de cultura tem infinitos papéis mas o principal é abraçar a comunidade artística e cultural, os promotores de eventos e cultura, dar vida a tudo que dê vida a Montes Claros”, finalizou.
Segundo o vereador Daniel Dias (PCdoB) é necessário implementar de forma mais rápida possível o artigo 24 da Lei que criou o SISMIC que destina o 1,5% da arrecadação para o fundo municipal de cultura.
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