Audiência cobra reabertura do Campo João Botelho
Por Arthur Amorim Jr.
Na noite desta segunda-feira (5), a Câmara de Vereadores promoveu audiência pública para discutir a valorização do Esporte em Montes Claros / Campo João Botelho. O evento que foi proposto pela vereadora Iara Pimentel (PT) teve como objetivo cobrar do Executivo a reabertura do campo - que já foi reformado e que se encontra fechado há cerca de dois anos e serve para a realização de campeonatos de futebol, projetos sociais para crianças e adolescentes através do esporte.
A vereadora Iara Pimentel afirmou que o principal objetivo da audiência é de chamar a atenção do Executivo para que o esporte seja valorizado, disponibilizando de forma igualitária, recursos para ajudar os clubes da cidade, que realizam um trabalho social destacado no atendimento às crianças através da prática esportiva. “O orçamento para o esporte neste ano foi de R$ 10 milhões, mas só foram utilizados R$ 5 milhões para reformas de quadras, campos, e pagamento do pessoal. O mais triste de tudo isso é que esses recursos não chegaram na ponta, ou seja nos bairros mais carentes. E o pior de tudo é que o município vai ter que devolver mais de R$ 700 mil à união porque não fez o investimento a tempo. Infelizmente não compareceu nenhum representante do Poder Executivo à audiência, mas acredito que eles vão ouvir as nossas cobranças através da TV Câmara. É importante destacar que quando se investe em esporte, você está garantindo cidadania às crianças e às suas famílias.”
O presidente da Associação Olímpica San-Diego Júnior, Carlos Ailton Verissimo Brito, revelou que há mais de 30 anos trabalha com esporte, tirando crianças das ruas e esta é a primeira vez que está tendo a oportunidade de debater o assunto. “É muito triste comprovar que o esporte no município, principalmente em relação ao futebol, não temos apoio do município para desenvolvermos os projetos sociais.”
Segundo o professor Manoelito Moura da Silva existe um descaso do poder público com as crianças e o desinteresse em investir no esporte para ajudar na sua socialização. Lembrou que o Campo João Botelho está fechado há quatro anos e se estivesse em atividade estaria evitando na redução da mortalidade de jovens que são seduzidos pelo mundo das drogas.
Em seu relato, o presidente do Nasa Esporte Clube, Márcio Soares, informou que há 42 anos acompanha o esporte e durante todo este tempo o esporte não foi reconhecido, tornando os fazedores de esporte invisíveis. “A luta vale a pena por isso estou aqui. Onde está a verba do Ministério dos Esporte? O que é preciso para ter acesso? Tudo tem um custo. Vivemos num momento em que as quadras e os campos precisam ser reformados. Já conquistei muitos troféus, mas o maior conquistado é saber que estou ajudando alguém.”
O diretor do Mackenzie Esporte Clube, Edmilson Alves da Silva, enfatizou os 30 anos de atividade do clube, onde várias crianças já passaram. Entretanto, confessou que atualmente, pela falta de recursos públicos muitas outras não estão sendo atendidas. “Queremos investir no social para que essas crianças tenham um lugar. O campo João Botelho sobrevive e a prefeitura não faz a sua parte liberando-o para a prática do futebol, e para fazer uma criança sorrir. Faço uma sugestão, porque cada vereador não libera R$ 20 mil da sua emenda impositiva para o esporte?”
A cobrança também foi reforçada por Altair Leal da Silva, presidente da Liga Mineira de Futebol, que cobrou ainda, a presença de um representante da prefeitura, através da Secretaria de Esporte.
O coordenador da Liga Sul de Futebol, Robson Roger Ribeiro, destacou que o objetivo é buscar uma solução para o esporte. “A secretaria de Esporte deveria estar aqui representada para ouvir as nossas reivindicações. Infelizmente aquela pasta não tem um representante que conheça o dia a dia do esporte no município. Estamos prestes a inaugurar um estádio com seis postes envelopados para podermos jogar.”
Mauro Amaurilio Oliveira Mota relembrou que nos anos 80, Montes Claros era considerada a capital do futebol amador. Mas atualmente, devido a bolha imobiliária, mais de 40 campos foram extintos, sendo que 50% pertenciam ao município. “Não temos um campeonato varzeano mais forte como antes devido o aumento da criminalidade e a falta de segurança. Precisamos ter um secretário de Esporte que seja da área."
O Professor de Educação Física, Cássio Dantas, denunciou que a prefeitura não tem o desejo político e nem o compromisso de mudar. O diretor do Mackenzie, Hélio, também reforçou a denúncia e afirmou que a prefeitura falha no investimento ao esporte. Na opinião de Paulo Roberto, fundador do Magalhães Esporte Clube, Montes Claros não tem secretário de Esporte e o futebol local não não revela mais jogadores porque acabou com os campos de futebol. Juvenal Barbosa compartilhou da mesma opinião, e se mostrou indignado de não ver um representante do executivo na audiência. André Azevedo, do Canal da Bola, ressaltou que falta representatividade dentro do esporte no executivo e que a prefeitura precisa ouvir e se unir com os fazedores de esporte.
O vereador Leãozinho (Patriota) afirmou que desde o início do seu mandato tem cobrado uma atenção para a construção de campos e campeonatos de base. Lembrou que já solicitou a construção de mais de 12 campos. Desabafou: “infelizmente estou sozinho nesta luta e não encontro apoio. Preciso da ajuda dos pares. Espero que esta reunião tenha um resultado produtivo. Mas por enquanto, o esporte em Montes Claros está de luto!”
O vereador Edson Cabeleireiro considera falta de consideração do Executivo com o esporte de Montes Claros. “O esporte precisa ter um representante na secretaria. É muito triste que nenhum representante daquela pasta esteja aqui para ouvir as demandas. É necessário mais comprometimento por parte do executivo com o esporte.”
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